A psicóloga Ana Cláudia Camuri, integrante do LabGEPEN e perita do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura entre 2017 e 2019, participou nesta semana do Seminário Prevenção e Enfrentamento à Tortura no Brasil. O evento foi realizado na Câmara Legislativa do Distrito Federal com o apoio da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, do gabinete do deputado distrital Fábio Felix (PSOL-DF), da Conectas Direitos Humanos e da Frente Distrital Pelo Desencarceramento.
Confira aqui o vídeo completo do evento.
Dividido em três mesas, o seminário abordou as articulações entre Estado, sociedade civil e organismos internacionais para o combate à tortura, a história da luta em defesa de mecanismos de prevenção e combate à tortura no Brasil e a importância do combate à tortura no Brasil hoje. A representante do LabGEPEN falou sobre a importância do fomento de um espaço de reflexão acadêmica que se propõe a incidir de forma mais ampla na sociedade.
“O lugar de docente me ensinou muito no sentido de que essa cultura punitivista é uma cultura muito arraigada, histórica, e temos que nos preocupar com a formação”, disse, ressaltando a importância de se tratar a política penal como política pública e de repassar o conhecimento obtido na ponta. “Se eu na psicologia não tivesse tido a oportunidade, desde a graduação, de entrar no sistema penitenciário e ver o que acontece lá, talvez não teria chegado ao Mecanismo porque não teria entrado em contato com a dor das pessoas. Todos nós em algum momento fomos sensibilizados para trabalhar nessa temática”, completou.
Ana Cláudia Camuri ainda falou sobre a rede de profissionais que atuam no laboratório representando diversos campos do conhecimento e da preocupação não apenas com o viés acadêmico, mas com a extensão. “Hoje vemos não só o desmantelamento de políticas sociais, mas também da educação. Então o papel da universidade se faz muito importante, porque além de estar formando alunos, está ali para intervir na comunidade”, disse.